É comum atendermos mulheres que acreditam ter “ovários policísticos”, quando, na verdade, não tem. Essa confusão pode levar a diagnósticos errôneos, gerando preocupação desnecessária e até uma gestação indesejada.
É importante esclarecer que o simples achado de “cistos” à ultrassonografia, em um ou ambos ovários, pode representar uma condição normal e não é suficiente para firmar o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos.
A Síndrome dos Ovários Policísticos(SOP) é uma das disfunções endócrinas mais comuns e acometem de 6 a 16% de mulheres em idade reprodutiva. Os critérios de diagnósticos mais utilizados são os da Sociedade de Excesso de Androgênios e Síndrome dos Ovários Policísticos (AE-PCOS).
Para o diagnóstico, é necessário que a mulher tenha sinais de anovulação crônica (que acarreta ausência ou escassez da menstruação), excesso de hormônios andróginos/masculinos (que provocam acne, aumento de pêlos, acne, oleosidade da pele) e resistência à insulina ( associada à obesidade, diabetes tipo 2 e níveis elevados de colesterol).
Além dos critérios clínicos, exames laboratoriais hormonais e ultrassonografia pélvica complementam o diagnóstico. O tratamento geralmente é feito com contraceptivos e podem ser utilizadas medicações adjuvantes para controlar o excesso de pêlos e aumentar a sensibilidade à insulina. Nas mulheres com S.O.P que desejam conceber, eventualmente são necessárias medicações para estimular a ovulação.
Incentivamos a perda de peso, atividade física, mudanças de hábitos alimentares e acompanhamento multidisciplinar com dermatologista e psicólogos dependendo da gravidade do caso.