As vulvovaginites, chamadas popularmente de “corrimentos” vaginais, são queixas muito frequentes no consultório do ginecologista.
Toda mulher apresenta conteúdo vaginal, pois a vagina é revestida por uma mucosa úmida (assim como a boca e os olhos). Existe uma variação das características da secreção vaginal durante o ciclo menstrual, e algumas situações, como a gravidez, levam a um aumento natural da produção das glândulas locais.
A diferença entre o conteúdo vaginal fisiológico e os “corrimentos” está na alteração da cor, odor, quantidade e presença de sintomas irritativos como ardência ou coceira, dor na relação sexual e desconforto ao urinar. Na maioria das vezes os “corrimentos” são facilmente diagnosticados e tratados, apenas com o exame ginecológico e medicações simples. A candidíase e a vaginose bacteriana são, de longe, as mais frequentemente encontradas.
No entanto, algumas mulheres apresentam corrimentos de forma recorrente (vulvovaginites de repetição) que são muitas vezes subdiagnosticados e tratados erroneamente – um exemplo clássico é a vaginite citolítica, equivocadamente tratada como candidíase de repetição (e por isso nunca melhora!). Para esses casos, é fundamental uma avaliação detalhada do quadro clínico, exame ginecológico minucioso e a coleta de determinados exames do conteúdo vaginal, para fazer o diagnóstico correto e instituir um tratamento definitivo.